Há 12 anos, foi criado na UFMG o Mestrado Profissional em Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual, que congrega diversas unidades acadêmicas. O curso gerou muitos trabalhos e estudos, boa parte deles com foco nas experiências da Universidade na área da inovação, e essa produção se junta a outras análises no volume Inovação, ciência, tecnologia e gestão – a UFMG em perspectiva.
A obra organiza e sistematiza o conhecimento sobre o tema, na forma de reflexões, ensaios e relatos de resultados da inovação, reconhecendo diferentes percursos conceituais e aplicados. O objetivo é criar uma referência para debate e consultas e contribuir para o fortalecimento da instituição e a consolidação da prática acadêmica interdisciplinar de apoio às ações e às políticas na área da inovação.
“A Universidade se movimenta e está no caminho certo, à frente da maioria das outras. Mas temos um longo caminho adiante para a formação de uma cultura e de um ecossistema de inovação”, afirma o professor Allan Claudius Queiroz Barbosa, que organizou o volume com a colega Márcia Siqueira Rapini. Ambos são vinculados à Faculdade de Ciências Econômicas (Face). A obra faz parte da Coleção População & Economia do Cedeplar – Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) da UFMG, e sua edição teve apoio da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) da UFMG e do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).
De acordo com Barbosa, a cultura institucional de inovação se faz com “a troca consistente entre os diversos atores, mas depende também de fatores exógenos, como recursos financeiros e apoio instrumental”. “O livro mostra que já se fez muito e representa um esforço para mostrar experiências em inovação na UFMG”, diz o professor.
Inovação na prática
Os capítulos são agrupados em quatro partes, interdependentes. A primeira delas oferece um panorama da inovação da UFMG, apresenta o programa de pós-graduação e a atuação da CTIT. A segunda parte é dedicada ao Marco Legal da Inovação – criado em 2004 e revisado em 2016 – e às normas internas da Universidade. Na terceira, são tratados os quatro grandes eixos – inovação, ciência, tecnologia e gestão –, e a quarta parte do volume trata de desafios e perspectivas.
Marcia Rapini destaca que os capítulos não mostram apenas casos de sucesso – focalizam também o que ainda precisa ser feito. O livro, segundo ela, enfatiza tudo que está relacionado à gestão da inovação. “É preciso, para obter resultados consistentes, investir na viabilização da inovação, pensando em competências, desenvolvimento de processos e produtos, gestão de laboratórios, transferência de tecnologia, empresas spin-offs e na dimensão do pesquisador. O livro trata de tudo isso, ou seja, de como a inovação vai se dando na prática”, comenta a professora do Departamento de Ciências Econômicas da Face.